Balada Astral

Vídeo

Quando Deus pôs o mundo
E o céu a girar
Bem lá no fundo
Sabia que por aquele andar
Eu te havia de encontrar

Minha mãe, no segundo
Em que aceitou dançar
Foi na cantiga
Dos astros a conspirar

Que do seu cósmico vagar
Mandaram o teu pai
Sorrir pra tua mãe
Para que tu
Existisses também

Era um dia bonito
E na altura, eu também
O infinito
Ainda se lembrava bem
Do seu cósmico refém

Eu que pensava
Que ia só comprar pão
Tu que pensavas
Que ias só passear o cão
A salvo da conspiração
Cruzámos caminhos,
Tropeçámos num olhar
E o pão nesse dia
Ficou por comprar

Ensarilharam-se
As trelas dos cães,
Os astros, os signos,
Os desígnios e as constelações
As estrelas, os trilhos
E as tralhas dos dois

 

Finalmente…

      …comprei umas botas!

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Se há pessoa indecisa sou eu. Estou sempre de pé atrás quando preciso de comprar roupa, calçado, bolsas e cacarelhos (designação dada pela minha mãe a colares, pulseiras e brincos). No fundo, para tudo demoro a decidir. De qualquer modo, os astros lá em cima estão sempre contra mim. Quando finalmente uma pessoa se dispõe a gastar dinheiro e ir comprar coisinhas para si, chega às lojas e não há nada. Nadinha. Mas é que nadinha de jeito. Quando vamos só dar uma vista de olhos, porque gostamos de estar actualizadas e, claro, não gostamos de deixar aquela nossa amiga ir sozinha (não vá ela perder-se), é ia que vemos o casaco incrivelmente quente e giro, a camisola fofinha e a compartimentada mala que consegue levar imensas coisas e não é nenhum mala de viagem para eu ir até Paris.
Começo a não gostar de ir às compras. Começo a a fartar-me de andar sempre à procura de algo em conta e que tenha jeito. Sim, porque há cada roupa que valha-me deus. Modernices…
Isto tudo para dizer que precisava de umas botas há imenso tempo, mas só hoje as comprei. Aliás, compraram-mas. 😉

Paredes brancas

A concentração nestes dias tem de ser máxima, há que aproveitar bem o tempo. Todos os minutos contam na luta diária contra conjugações de letras e números. Os problemas matemáticos são de um enorme e vasto cariz enigmático. A procura intensa de uma solução leva o seu tempo e, por vezes, o grande tempo despendido leva à desistência. Um problema resolvido com a simplicidade de uma textura leve e lisa e uma branca cor pálida e simultaneamente berrante. No fim de contas, fico-me pelas paredes. Também brancas.

Porque, pelo menos, estas me levam onde eu quero ir. E aí eu posso ser quem eu quero e faço o que quero e não o que tem de ser feito.

Daniela Barra