Estou a aprender a ser feliz

Hoje deito-me de coração cheio.
A felicidade não é algo grande, é algo que se constrói aos poucos, com pequenos pedaços. É algo que não tem fim. É o abstrato que tanto teimamos concretizar.
“Sábado à noite não sou tão só” com os amigos de longa data. Os verdadeiros que nos proporcionam incontáveis momentos de pura realização, simplicidade e alegria connosco próprios. Independentemente do sítio, do tempo, da disposição, da circunstância. Faça chuva ou faça sol, caiam serpentinas ou se encontrem cinco euros, quer estejamos a festejar um aniversário ou quer estejamos a dar apoio num momento complicado, somos verdadeiros.
Somos nós.
Os anos passam e as amizades não se esquecem, pelo menos as verdadeiras. Porque essas, apesar de tudo, ficam. Fortalecem-se e aprendem a sobreviver, independentemente do caminho de cada um.
É tão bom estar de novo reunida com aqueles que me acompanharam desde que era minúscula, andava na catequese e usava aparelho. Aqueles que fui vendo crescer e me ajudaram a crescer.
É assim que percebemos que o tempo voa e ainda há tão pouco tempo estávamos na aula de história a contar o número de ‘portantos’ que a professora estagiária dizia em apenas 45 minutos!
Hoje deito-me carregada de boas energias, boas memórias, bons amigos e coração cheio.

Mais um dia

Mais um dia. Mais um dia que passa e tu só consegues pensar no que te é próximo, mas que está longe. Está longe para que tu consigas dar um rumo à tua vida.

Pensas que estás só, nesta nova etapa, longe de tudo aquilo que construíste até então. Porém, sabes que é por isso que deves recomeçar. Não deves destruir ou simplesmente descuidar de tudo o que ficou para trás, deves sim guardar e tratar para que nada se degrade. É por isso que se constrói um rumo paralelo onde tu és tu próprio, onde tu te abres ao mundo e espalhas um pouco da tua magia. Só assim conseguirás criar um rumo conjunto. Um rumo único e complexo, vivo, cheio, rico, abundante independentemente de todos os contras que o país te possa dar.

Um rumo teu.

O teu rumo.

Quem sou eu?

A pergunta base do nosso processo de formação enquanto pessoas.

E quem sou eu afinal?

Sou como tu, igual a ti.

Tenho dois olhos, um nariz, uma boca. Sou apenas mais um animal racional. Um ser pensante que sabe falar, ler e escrever, tal como tu.
Faço parte desta grande miscelânea de indivíduos que compõem este nosso pequeno grande mundo. Um mundo cheio de cores, odores e humores. Um mundo inconstante; que está em constante inovação, em constante mudança e em constante ligação. Sou habitante desta aldeia global que a cada momento influencia e se deixa influenciar.
Numa realidade preta e branca considero-me um ser cinzento. Por não passar de mais uma cópia e por me distinguir de qualquer outro sujeito. Uma contrariedade.
A complexidade do ser humano tem destas coisas. Cada um de nós é fruto do meio que o rodeia, tudo quanto sabemos (desde o falar ao andar, do saber comer ao beber), aprendemos desde que nascemos, por imitação. Contudo, é de afirmar que nascemos únicos, não há ninguém completamente igual a nós, tal como não há ninguém perfeito.
Eu, tu e ele somos iguais, mas diferentes. Formamos um conjunto de três pessoas idênticas, mas com três feições diferentes, três gostos diferentes, três maneiras de pensar diferentes, três formas de agir diferentes. Agentes que resultam de três personalidades diferentes.
É. Eu penso assim. É este o meu ponto de vista. E o teu?
Até pode ser semelhante, mas aposto que o terias proferido com outras palavras, ligações e/ou exemplos.
E agora diz-me: também és friorento e gostas de chocolate quente? Ah! E tens um urso polar em cima da tua cama? Pois…é provável que não! Porque esta sou eu!

Daniela Barra

Pode um quadro destruir todos os teus sonhos?

Os teus não sei…mas os meus sim. O quadro é belo, não o posso negar.

A obra não é nítida e presumo que não esteja acabada. É uma pintura que se constrói aos poucos e, pelos vistos, a construção vai de vento em popa. São vários os sentimentos despertados, numa primeira olhadela. Porém, se contemplares durante uns bons minutos, irás perceber que apenas dois sentimentos, na realidade, ele desperta. O teu sentimento e o sentimento daquilo que está esboçado.

Há uma mistificação do momento.

As cores que constroem e envolvem o cenário tornam a beleza dos gestos pintados numa infinita inveja que te agarra e sufoca. Uma inveja que não mata, mas que corrói. Darías tudo para poderes ter os teus sentimentos assim. Mentira. Tu darías tudo para poderes ter um quadro assim. Assim não. Um quadro próprio, um quadro teu. Teu e dele. Um quadro que apenas tivesse o teu sentimento, o vosso sentimento. Um sentimento abstrato. Único. Místico. Recíproco.

Do outro mundo.

Quem sabe um dia! Um dia vais ter, tal como eu, tal como cada um que quiser, um quadro único. Um esboço deslumbrante do teu sentimento marcante. Uma obra de arte de fazer inveja a qualquer um. A um desconhecido, ao teu melhor amigo, à tua prima… Qualquer um que ainda não se tenha dedicado à arte abstrata de amar um momento especial, que deve ser fotografado para poder ser contemplado todos os dias por ti, ou por aqueles que te acompanham e seguem.

Daniela Barra

Clausura

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Clausura

Nada faz sentido, realmente… Os meus contínuos e intensos encontros marcados com a minha querida física, a minha esplendorosa matemática e a minha tórrida fisiologia estão a conseguir que nada faça sentido para mim. Misturar sinapses com diferenciais, oscilações com bombas de sódio-potássio, primitivas com ressonâncias e sistema nervoso periférico… Ai! Já me perdi… Vou voltar às sebentas! Inté…

“deixas-me só sempre a pensar”

Tento saber como é que vai ser
se posso viver sem ti, tento
fugir mas eu só penso
na hora em que estás aqui!
Tu nunca vens e quando apareces
finges que não há nada
deixas-me só sempre a pensar
que chegámos ao fim da estrada

Pode parecer que sou livre mas eu estou preso a ti
às vezes disfarço e não consigo
mas eu só penso na hora em que estás aqui!

Ligas para mim eu vou até aí
depois dizes que não podes
prometo que não te quero ver mais
até que tu não me largues!

Não vejo ninguém vou por ai
deixo passar as horas
chamo-te nomes, grito contigo
e tu dizes que me adoras!

Pode parecer que sou livre mas eu estou preso a ti
às vezes disfarço e não consigo
mas eu só penso na hora em que estás aqui!

Tento manter a calma às vezes
parece que não te ligo
pode parecer até que te esqueço
mas só quero estar contigo
Tento dizer adeus e tu deixas
sempre uma porta aberta
tento esconder, fujo p’ra noite
acordo de uma directa.

Pode parecer que sou livre mas eu estou preso a ti
às vezes disfarço e não consigo
mas eu só penso na hora em que estás aqui!

Ala dos Namorados

Acorda

Nunca estás satisfeito. Nunca te sentes completo. Esperas sempre por mais. Sabes que queres mais. Sabes que te sabe a pouco. Sabes aquilo que queres e mesmo assim…continuas aqui. Porquê?

Acorda. Abre os olhos.

Vai contra aquilo que és. Procura não passar despercebido e luta por aquilo que queres. Sonha. Mas realiza.