Tempo de Páscoa

Vídeo

As limpezas terminaram.
Ou talvez não.
Isto porque há sempre coisas que acabamos por limpar no próprio dia.
Está na altura dos doces!!! 🙂 Os folares foram durante a semana, vou arrancar para o pão-de-ló. Amanhã às três da tarde começamos a saltitar de casa de casa para beijar a cruz e provar os folares, as amêndoas, os doces…que perdição! Mas antes, de manhãzinha, vou buscar jarros e flores para fazer o tapete. Feno já cá temos… Hmmm 😉
A Páscoa é isto e não só.
A Páscoa é tempo de festa e, principalmente, tempo de renascer e de estar com a família. Deixo aqui um vídeo muito fofinho sobre a Páscoa.

O verdadeiro sentido da vida

Num dia como este, em que perdemos mais uma pessoa, o sol sorriu por ganhar mais uma pessoa boa lá em cima. Uma pessoa que acreditou no bem. Uma pessoa que não se distraiu da vida e que de tudo fez para aproveitar ao máximo a passagem cá em baixo. É nestes dias que questionamos o verdadeiro sentido da vida. Questionamos o caminho que temos vindo a fazer…

…um caminho que passa pela busca da felicidade e do testemunho da felicidade. Por que a vida é nossa, mas precisa dos outros para ser feita.

Manuel Forjaz “foi embora”. Mas nem por isso deixará de viver na memória de cada um de nós que precisamos de forças da natureza deste tamanho. Um lutador e vencedor. Sim, porque como ele dizia “posso morrer de doença, mas a doença não me matará”. Por cá deixou um testemunho único, rico e de grande coragem para todos nós. Um testemunho que permanecerá.

“Mesmo no pior dos vossos buracos, mesmo no pior momento das vossas das vossas vidas tentem sempre arranjar momentos divertidos (…) mas arranjem um espaço para um sorriso, arranjem um espaço para se rirem com os vossos amigos, arranjem um espaço para troçarem com vós próprios, arranjem um espaço para não terem pena de vós próprios (…) e arranjem lá uns segundinhos para um sorriso ou para uma gargalhada porque há sempre espaço… até já.”

Descansa em Paz.

Dia do Pai

Estar com o nosso pai neste dia é o mais importante. Hoje, uma vez mais, não posso estar com o meu. Mas pelo menos pude ouvir a voz dele, pude perguntar-lhe como foi o dia. É por isso que hoje agradeço.
Neste dia tão especial, a ti, que perdeste o teu pai, desejo a maior força. A maior coragem. Perder alguém não é fácil.
Tu és uma lutadora, cheia de garra e ambição. És uma pessoa bondosa e amável. Mas hoje desmoronaste. Caíste num chão sem fim. Deves estar num sufoco. Sem apetite, com nós na garganta, mergulhada em lágrimas. Chora, amiga, chora. Chora tudo.
Não é fácil.
Quando recebi mensagem com a notícia, não consegui conter as lágrimas. Passaram-me mil e uma coisas na cabeça. As idas à praia no verão, as noites aí em casa, as festas e o bailarico, o baloiço, tantas coisas. O teu pai brincava sempre a dizer que parecíamos irmãs. Tinha um carinho grande por ele. Aquelas piadas que ele contava ao jantar, apanhava-me sempre. Os anos passam mas as pessoas ficam. O teu pai gostava imenso de ti. Gosta. Gostará. Ele vai estar sempre contigo. Sempre a apoiar e a dar força.
Tenho aqui uma flor para te ir levar. Eu queria ir dar-te um abraço, mas não consigo…
Onde quer que ele esteja, estará sempre contigo. Orgulhoso de ti.

Estou a aprender a ser feliz

Hoje deito-me de coração cheio.
A felicidade não é algo grande, é algo que se constrói aos poucos, com pequenos pedaços. É algo que não tem fim. É o abstrato que tanto teimamos concretizar.
“Sábado à noite não sou tão só” com os amigos de longa data. Os verdadeiros que nos proporcionam incontáveis momentos de pura realização, simplicidade e alegria connosco próprios. Independentemente do sítio, do tempo, da disposição, da circunstância. Faça chuva ou faça sol, caiam serpentinas ou se encontrem cinco euros, quer estejamos a festejar um aniversário ou quer estejamos a dar apoio num momento complicado, somos verdadeiros.
Somos nós.
Os anos passam e as amizades não se esquecem, pelo menos as verdadeiras. Porque essas, apesar de tudo, ficam. Fortalecem-se e aprendem a sobreviver, independentemente do caminho de cada um.
É tão bom estar de novo reunida com aqueles que me acompanharam desde que era minúscula, andava na catequese e usava aparelho. Aqueles que fui vendo crescer e me ajudaram a crescer.
É assim que percebemos que o tempo voa e ainda há tão pouco tempo estávamos na aula de história a contar o número de ‘portantos’ que a professora estagiária dizia em apenas 45 minutos!
Hoje deito-me carregada de boas energias, boas memórias, bons amigos e coração cheio.

O muito que sabe a pouco

É estranho ter a casa cheia e ao mesmo tempo sentir a casa vazia.

Mas a vida continua, a vida não pára e nós temos de continuar a vivê-la enquanto por cá estamos. Parece egoísta da minha parte dizer isto. Mas a realidade é esta. Por muito que nos custe, o não estar fisicamente com as pessoas torna-nos capazes, não de esquecer, mas de nos habituarmos à ideia de que agora é assim e de que conseguiremos sobreviver.

O tempo é o melhor aliado.

Não cura. Remedeia. Daí que eu sinta a casa cheia e me alegre por isso, mas sinta a falta de algo. É o muito que sabe a pouco. Porque aqueles que sempre nos acompanharam nunca serão esquecidos. Porque aqueles que amamos nunca serão apagados do nosso coração.

Daniela Barra

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades?

   Ela sabia que, chegada a esta etapa, a dada altura as coisas mudariam. Ela tinha perfeita noção de que cada um, percorrendo o seu trilho, aos poucos e poucos, consciente ou inconscientemente, se afastaria.
    A verdade é que aos poucos, as caras mais conhecidas pelos seus olhos durante dias, meses, anos…não desapareceram.
      Felizmente.
   Porém, foram-se tornando meras imagens e interacções virtuais. Por vezes, cruzavam-se, cumprimentavam-se e pronto. Meras casualidades que não fortalecem relações, apenas não deixam que a relação se desvaneça.
    Cada um é dono de seu nariz, cada um tem as suas actividades, cada um tem as suas funções e/ou até mesmo trabalho, obviamente, o que dificulta um concílio no que toca a combinar algo. É aí que podem ou não surgir as facadas. Há sempre alguns que não podem presenciar, porque não dá. É sempre preferível a companhia de outro grupo, ou não sei. Entre outros casos. Há inúmeras circunstâncias, pelo que sei. Ela exagera, talvez. E eu, talvez, a perceba. Eles não se esquecem dEla, eles simplesmente já tem coisas combinadas, coisas que não podem ser desmarcadas, assim como têm eles, tem ela também.
  Claramente que há diversos casos, diversas pessoas e diversas relações com intensidades diferentes. Há coisas que, apesar de não estarem em contacto, ela sabe que não mudam. Ela sabe que, caso necessite, basta premir uma tecla do telemóvel e pronto. Ela sabe, mas… A sua insegurança está sempre presente e por mais que saiba que os amigos estarão lá sempre, ela não deixa de conseguir mostrar uma pontinha de receio.
      No fundo, é por muito gostar deles, por ter estado de tal forma afeiçoada a eles, que ela receia e, por vezes, se sente só.