Paredes brancas

A concentração nestes dias tem de ser máxima, há que aproveitar bem o tempo. Todos os minutos contam na luta diária contra conjugações de letras e números. Os problemas matemáticos são de um enorme e vasto cariz enigmático. A procura intensa de uma solução leva o seu tempo e, por vezes, o grande tempo despendido leva à desistência. Um problema resolvido com a simplicidade de uma textura leve e lisa e uma branca cor pálida e simultaneamente berrante. No fim de contas, fico-me pelas paredes. Também brancas.

Porque, pelo menos, estas me levam onde eu quero ir. E aí eu posso ser quem eu quero e faço o que quero e não o que tem de ser feito.

Daniela Barra

Mais um dia

Mais um dia. Mais um dia que passa e tu só consegues pensar no que te é próximo, mas que está longe. Está longe para que tu consigas dar um rumo à tua vida.

Pensas que estás só, nesta nova etapa, longe de tudo aquilo que construíste até então. Porém, sabes que é por isso que deves recomeçar. Não deves destruir ou simplesmente descuidar de tudo o que ficou para trás, deves sim guardar e tratar para que nada se degrade. É por isso que se constrói um rumo paralelo onde tu és tu próprio, onde tu te abres ao mundo e espalhas um pouco da tua magia. Só assim conseguirás criar um rumo conjunto. Um rumo único e complexo, vivo, cheio, rico, abundante independentemente de todos os contras que o país te possa dar.

Um rumo teu.

O teu rumo.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades?

   Ela sabia que, chegada a esta etapa, a dada altura as coisas mudariam. Ela tinha perfeita noção de que cada um, percorrendo o seu trilho, aos poucos e poucos, consciente ou inconscientemente, se afastaria.
    A verdade é que aos poucos, as caras mais conhecidas pelos seus olhos durante dias, meses, anos…não desapareceram.
      Felizmente.
   Porém, foram-se tornando meras imagens e interacções virtuais. Por vezes, cruzavam-se, cumprimentavam-se e pronto. Meras casualidades que não fortalecem relações, apenas não deixam que a relação se desvaneça.
    Cada um é dono de seu nariz, cada um tem as suas actividades, cada um tem as suas funções e/ou até mesmo trabalho, obviamente, o que dificulta um concílio no que toca a combinar algo. É aí que podem ou não surgir as facadas. Há sempre alguns que não podem presenciar, porque não dá. É sempre preferível a companhia de outro grupo, ou não sei. Entre outros casos. Há inúmeras circunstâncias, pelo que sei. Ela exagera, talvez. E eu, talvez, a perceba. Eles não se esquecem dEla, eles simplesmente já tem coisas combinadas, coisas que não podem ser desmarcadas, assim como têm eles, tem ela também.
  Claramente que há diversos casos, diversas pessoas e diversas relações com intensidades diferentes. Há coisas que, apesar de não estarem em contacto, ela sabe que não mudam. Ela sabe que, caso necessite, basta premir uma tecla do telemóvel e pronto. Ela sabe, mas… A sua insegurança está sempre presente e por mais que saiba que os amigos estarão lá sempre, ela não deixa de conseguir mostrar uma pontinha de receio.
      No fundo, é por muito gostar deles, por ter estado de tal forma afeiçoada a eles, que ela receia e, por vezes, se sente só.

Cada um safa-se como pode

Cada um se safa como pode. Quer saiba ou não. Tenha ajuda da memória ou de cábulas.

Uma das minhas resoluções para 2013 é aprender a copiar. Se os outros podem, eu também posso! É isso e começar a atrair as boas energias, os pózinhos mágicos, a tão intocável sorte. Nestas alturas, com o passar do tempo, apercebo-me que cheguei ao patamar do salve-se quem puder. A era do safa-se quem sabe já lá vai.

Clausura

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Clausura

Nada faz sentido, realmente… Os meus contínuos e intensos encontros marcados com a minha querida física, a minha esplendorosa matemática e a minha tórrida fisiologia estão a conseguir que nada faça sentido para mim. Misturar sinapses com diferenciais, oscilações com bombas de sódio-potássio, primitivas com ressonâncias e sistema nervoso periférico… Ai! Já me perdi… Vou voltar às sebentas! Inté…

de quatro não é de seis

Por muito que te sejam dados conselhos, és tu quem descobre como sobreviver a cada obstáculo.

Sim. Diziam-me que iam ser os melhores dias, diziam-me para aproveitar, outros, porém, diziam-me que seriam dias difíceis, para me preparar psicologicamente e fisicamente…

Tudo depende da perspectiva, tudo depende da personalidade e da vivência de cada um.

Foram dias complicados, sim, não posso negar. Foram dias incansavelmente intermináveis (e vão continuar a sê-lo). MAS, sem eles não seria a mesma coisa. Claro que os avisos de todos os experientes que por lá passaram foram, e continuam a ser, uma mais valia e eu agradeço, a cada um, pelos conselhos. E eles sabem. Eles sabem o quão difícil foi, eles sabem o quanto custou. E não se arrependem de nada. Pelo menos é o que nos confessam.

Ninguém disse que seria fácil.

Há dias em que não nos apetece nem um bocadinho ir, há outros que ficamos super empolgados, é conforme os dias. É conforme as circunstâncias. Apesar de toda a tortura, não deixam de ser momentos estrondosos que nos libertam. E libertam o peso de todo este novo ritmo e acrescento de responsabilidades.

É a tradição, é o lema, é o que lhe quiserem chamar. É aprender que nada se consegue de mão beijada, que para conseguirmos um fim temos um longo e trabalhoso caminho para percorrer. Ninguém gosta, mas é assim que deve ser.

(…)

No final das contas, perdemos peso, ganhamos músculo e acima de tudo crescemos.

Daniela Barra

Mais uma etapa…

Não foi um número brilhante. Não, não foi. Mas foi o que se conseguiu! Se estou feliz? Talvez. Estou, porque foi digno, foi justo. Não estou, porque sei que poderia ter conseguido melhor. Acima de tudo, estou feliz por ter concluído mais uma etapa da minha grande caminhada. Estou feliz por mim e por todos aqueles que me acompanharam durante estes três maravilhosos e trabalhosos anos. Muito para além dos vários tipos de texto, dos ilustres poetas, das equações trigonométricas, das funções quadráticas, da língua estrangeira, da difusão simples e facilitada, dos anticorpos, da bateria de testes fitnessgram, da natação, dos argumentos, da ciência futurista, da crise de valores, das relações precoces, da teoria de Freud, entre muitos outros temas estudados e praticados, amadurecemos ao lado de pessoas incríveis. Pessoas que, cada uma à sua maneira, nos fizeram crescer e entender o mundo de uma maneira mais adulta. Desde os colegas de carteira aos verdadeiros amigos, desde os professores mais simpáticos aos mais sérios (não esquecendo, de forma alguma, a preciosa ajuda da melhor explicadora, e amiga também, de sempre*), desde os/as funcionários/as mais ousados/as aos/às mais queridos/as, e claro, os nossos pais e irmãos. Isto, porque a vida não são só livros!

Obrigado a todos os que me apoiaram e acreditaram sempre em mim*

Daniela Barra