O verdadeiro sentido da vida

Num dia como este, em que perdemos mais uma pessoa, o sol sorriu por ganhar mais uma pessoa boa lá em cima. Uma pessoa que acreditou no bem. Uma pessoa que não se distraiu da vida e que de tudo fez para aproveitar ao máximo a passagem cá em baixo. É nestes dias que questionamos o verdadeiro sentido da vida. Questionamos o caminho que temos vindo a fazer…

…um caminho que passa pela busca da felicidade e do testemunho da felicidade. Por que a vida é nossa, mas precisa dos outros para ser feita.

Manuel Forjaz “foi embora”. Mas nem por isso deixará de viver na memória de cada um de nós que precisamos de forças da natureza deste tamanho. Um lutador e vencedor. Sim, porque como ele dizia “posso morrer de doença, mas a doença não me matará”. Por cá deixou um testemunho único, rico e de grande coragem para todos nós. Um testemunho que permanecerá.

“Mesmo no pior dos vossos buracos, mesmo no pior momento das vossas das vossas vidas tentem sempre arranjar momentos divertidos (…) mas arranjem um espaço para um sorriso, arranjem um espaço para se rirem com os vossos amigos, arranjem um espaço para troçarem com vós próprios, arranjem um espaço para não terem pena de vós próprios (…) e arranjem lá uns segundinhos para um sorriso ou para uma gargalhada porque há sempre espaço… até já.”

Descansa em Paz.

Dia do Pai

Estar com o nosso pai neste dia é o mais importante. Hoje, uma vez mais, não posso estar com o meu. Mas pelo menos pude ouvir a voz dele, pude perguntar-lhe como foi o dia. É por isso que hoje agradeço.
Neste dia tão especial, a ti, que perdeste o teu pai, desejo a maior força. A maior coragem. Perder alguém não é fácil.
Tu és uma lutadora, cheia de garra e ambição. És uma pessoa bondosa e amável. Mas hoje desmoronaste. Caíste num chão sem fim. Deves estar num sufoco. Sem apetite, com nós na garganta, mergulhada em lágrimas. Chora, amiga, chora. Chora tudo.
Não é fácil.
Quando recebi mensagem com a notícia, não consegui conter as lágrimas. Passaram-me mil e uma coisas na cabeça. As idas à praia no verão, as noites aí em casa, as festas e o bailarico, o baloiço, tantas coisas. O teu pai brincava sempre a dizer que parecíamos irmãs. Tinha um carinho grande por ele. Aquelas piadas que ele contava ao jantar, apanhava-me sempre. Os anos passam mas as pessoas ficam. O teu pai gostava imenso de ti. Gosta. Gostará. Ele vai estar sempre contigo. Sempre a apoiar e a dar força.
Tenho aqui uma flor para te ir levar. Eu queria ir dar-te um abraço, mas não consigo…
Onde quer que ele esteja, estará sempre contigo. Orgulhoso de ti.

O muito que sabe a pouco

É estranho ter a casa cheia e ao mesmo tempo sentir a casa vazia.

Mas a vida continua, a vida não pára e nós temos de continuar a vivê-la enquanto por cá estamos. Parece egoísta da minha parte dizer isto. Mas a realidade é esta. Por muito que nos custe, o não estar fisicamente com as pessoas torna-nos capazes, não de esquecer, mas de nos habituarmos à ideia de que agora é assim e de que conseguiremos sobreviver.

O tempo é o melhor aliado.

Não cura. Remedeia. Daí que eu sinta a casa cheia e me alegre por isso, mas sinta a falta de algo. É o muito que sabe a pouco. Porque aqueles que sempre nos acompanharam nunca serão esquecidos. Porque aqueles que amamos nunca serão apagados do nosso coração.

Daniela Barra

Conserva a vontade de viver

Um dia li por aí:

«Não apares a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o teu.
As lágrimas? Não as seques, elas precisam de correr na minha, na tua, em todas as faces.
O sorriso? Esse deves segurá-lo, não o deixes ir embora!
Quem amas? Guarda dentro do coração, tranca e perde a chave! Quem amas é a maior jóia que tens, a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda, se o século vira e se o milénio é outro, se a idade aumenta; CONSERVA A VONTADE DE VIVER, não chegas a parte alguma sem ela.
Abra todas as janelas e portas que encontrares. Persegue um sonho, mas não deixes que ele viva sozinho.»

E esta é a mais pura das realidades.